Polícia procura acusado de estuprar deficiente mental

Marcelo Feitosa

O comerciante José Wagner Fontes Filho, o Ziza, de 59 anos, até pouco tempo proprietário de uma lavanderia na Rua Coronel Gomes Machado, no Centro de Niterói, está sendo procurado pela polícia, acusado de estupro de vulnerável contra um deficiente mental de 42 anos.

Segundo investigação da 76ª DP (Centro), a vítima faz tratamento para psicose não orgânica e retardo mental leve no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), também no centro da cidade, onde ambos se conheceram em 1997, através de um amigo comum que também fazia tratamento na unidade.

Segundo a polícia, diagnóstico médico aponta a vítima com "incapacidade de dizer não", ou seja, ela teria consciência sobre a realidade, mas é convencida a fazer coisas mesmo contra a vontade. A investigação apurou que o comerciante teria se aproveitado disso para cometer os abusos, além de se apropriar de dinheiro da vítima.

Ainda segundo a polícia, durante os primeiros anos de contato, eles moravam no mesmo edifício. A distrital apurou que um ex-companheiro do autor também teria estuprado a vítima. No entanto, o relacionamento entre o comerciante e esta pessoa terminou e ela também não foi localizada. Contra ambos existe mandado de prisão preventiva pelo crime.

No CAPS, quando o paciente falou pela primeira vez sobre os abusos, uma funcionária o orientou a mudar de endereço. A primeira comunicação do crime à polícia ocorreu em 2012. Em agosto e julho de 2019, foram registradas duas novas ocorrências, em sequência, que originaram a atual investigação.

A polícia colheu depoimentos da vítima e dos profissionais que a acompanham e apurou que a vítima estaria sendo ameaçada pelo comerciante, que utilizaria, inclusive, uma faca.

Em depoimento prestado antes de ser indiciado, o comerciante negou as acusações, alegando que ajudava financeiramente a vítima e ia à casa do rapaz pegar roupas para lavar. A vítima alegou que o comerciante costumava levar seus documentos. O acusado assumiu, mas alegou que era para a vitima não perdê-los, devido a seu problema mental.

Após conseguirem mandado de prisão contra o comerciante, policiais tentaram prendê-lo, mas ele já havia fechado a loja e abandonado seu apartamento. A polícia divulgou cartaz em que pede informações que possam levar ao seu paradeiro através dos números da distrital: (21) 98596-7176 e (21) 2719-3220. O anonimato é garantido.