29/11/2019 às 10h53min - Atualizada em 29/11/2019 às 10h53min

Decisão do STF levará mulher de Nem da Rocinha à nova prisão preventiva

- ANDRÉ DE SOUZA, JULIANA DAL PIVA E RAFAEL NASCIMENTO
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de permitir investigações baseadas em informações compartilhadas por órgãos de controle levará à nova decretação de prisão preventiva de Danúbia de Souza Rangel, mulher do traficante Nem da Rocinha, no processo por lavagem de dinheiro. Segundo o MP, Danúbia recebia R$ 30 mil por semana de Nem, preso em unidade federal de segurança máxima, e com o dinheiro ostentava uma vida de luxo. Os advogados dela negam a acusação de lavagem de dinheiro.
A Polícia Civil do Rio informou que também retomará os inquéritos interrompidos após a liminar de Dias Toffoli. A estimativa é que mais de 200 investigações foram paralisadas em julho, incluindo casos que envolvem suspeitas de tráfico de drogas, atuação de milícias, corrupção e contravenção.
Em agosto, a Justiça suspendeu o processo no qual Danúbia responde pelo crime de lavagem de dinheiro. A decisão foi tomada pela juíza Paula Fernandes Machado, da 5ª Vara Criminal, após um pedido da defesa baseado na decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, determinando a suspensão temporária de todas as investigações no país que tenham como base dados sigilosos compartilhados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sem autorização judicial. Além de ter suspendido o processo, a juíza revogou a prisão preventiva de Danúbia, que havia sido decretada em janeiro deste ano.
A decisão da magistrada Paula Fernandes era para que o processo respondido por Danúbia seja suspenso até que haja decisão definitiva do plenário do STF sobre o tema. Como o Supremo decidiu ontem permitir o compartilhamento de dados da Receita, a Justiça dará continuidade ao processo contra Danúbia.
Além de Danúbia, sua irmã, Telma Rangel, também é ré no processo. Segundo denúncia do Ministério Público estadual, Danúbia e Telma utilizavam um salão de beleza na Rocinha para ocultar recursos provenientes do tráfico de drogas na favela. De acordo com as investigações, ao cruzarem as informações sobre a movimentação bancária do salão, entre 2011 e 2016, os investigadores concluíram que a sociedade movimentou valores setecentas vezes maior do que a receita líquida obtida no mesmo período.
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