01/11/2019 às 12h14min - Atualizada em 01/11/2019 às 12h14min

Transparência e integridade são marcas dos primeiros 300 dias

Em palestra em Foz do Iguaçu, o controlador-geral Raul Siqueira destacou a instituição da lei de compliance e integridade, metodologias para denúncias de corrupção na gestão pública, a criação do Fundo de Combate à Corrupção e a ampliação da participação no acompanhamento dos contratos do Anel de Integração

- AEN
Em apenas 300 dias, o Paraná instituiu uma lei de compliance e integridade, metodologias para denúncias de corrupção na gestão pública, criou um Fundo de Combate à Corrupção (Funcor) e ampliou a participação no acompanhamento dos contratos do Anel de Integração, resguardando todos os direitos do Estado. Segundo o controlador-geral do Estado, Raul Siqueira, essas conquistas permitiram ao Paraná restabelecer a relação de confiança com os municípios e os cidadãos. Ele fez palestra no evento Governo 5.0, em Foz do Iguaçu.
“Apesar de o compliance já estar em vigor há tempos na iniciativa privada, representando garantias mais sólidas aos contratos e práticas, ele ainda não tinha sido aplicado na administração estadual. O Paraná inovou ao enfrentar o problema com sistematização e metodologia”, afirmou Siqueira. “Nós defendemos uma plataforma ética, com comprometimento e valores intrínsecos, e incentivamos essas boas práticas no Estado”.
A Controladoria-Geral do Estado (CGE) já começou a implantação do programa em dez órgãos estaduais. Neles, todos os servidores foram entrevistados para o levantamento dos riscos e vulnerabilidades dos procedimentos executados pelos setores.
O programa levanta áreas vulneráveis para ajudar a diminuir os riscos de fraudes, subornos e desvios de conduta na administração pública. A metodologia segue pilares internacionalmente reconhecidos que visam dar condição de ação para todos os servidores trabalharem sua integridade, e denunciarem irregularidades.
OUVIDORIA - Siqueira também defendeu o monitoramento constante da Ouvidoria-Geral, vinculada à CGE, que registrou no fim de outubro o atendimento número 100 mil, desde o início do ano. O dado é 20% maior que o alcançado no mesmo período do ano anterior.
Diante do aumento da procura pela população, a Ouvidoria vem sendo reestruturada e, neste mês, reuniu os ouvidores setoriais de outros órgãos do Estado para debater melhorias no serviço.
A melhora no atendimento faz parte de uma das metas da CGE, que pretende aproximar o Governo dos cidadãos. Tanto a Ouvidoria-Geral como as dos órgãos e empresas estaduais devem permitir denúncia gratuita e facilitar o seu registro nos meios de atendimento disponíveis. Esses setores também são responsáveis por acompanhar os trâmites da denúncia e registrar ocorrência de quebra de sigilo. Porém, o denunciante que agir com comprovada má-fé para prejudicar alguém estará sujeito a sanções civis e penais e poderá perder o direito a ter sua identidade salvaguardada.
FUNDO - A criação do fundo proposto pelo Governo do Estado e aprovado pela Assembleia Legislativa também foi comemorada pelo controlador-geral. O Funcor é vinculado à CGE e sua composição inclui recursos provenientes de acordos de leniência, contratos da CGE e multas aplicadas no âmbito da Lei Anticorrupção.
ANEL DE INTEGRAÇÃO - A CGE também é parte do grupo técnico que analisa os contratos do Anel de Integração. Ele é composto, ainda, por servidores da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Agência Reguladora do Paraná (Agepar), Casa Civil, Secretaria do Planejamento e Coordenação Geral e Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A coordenação dos trabalhos é da Secretaria de Infraestrutura e Logística.
Os objetivos são avaliar todas as questões em aberto nos contratos, estabelecer as liquidações necessárias e apurar indenizações eventualmente devidas, considerando inclusive outros aspectos discutidos em âmbito judicial.
GOVERNANÇA - O ministro José Augusto Nardes, presidente do Tribunal de Contas da União, que também participou da mesa de governança, disse que o Paraná sai na frente em termos de práticas de governança com o Governo 5.0. Para ele, a próxima etapa é difundir essas conquistas nos 399 municípios do Estado.
“Temos que mudar a forma de governar para trabalhar preventivamente. Com isso evitamos tempos perdidos. O controle tem que ser protagonista do aperfeiçoamento da máquina pública. O governador do Paraná tem a aspiração de transformar o Estado no mais desenvolvido do País. É uma região estratégica na América Latina e que pode alcançar esse objetivo com liderança regional”, afirmou Nardes.
O ministro complementou que o Brasil começa a vencer uma crise econômica e fiscal, mas esse caminho deve ser percorrido com economicidade e criatividade. “Temos que implantar uma governança imediata. Direcionar e monitorar, ter planejamento estratégico. É uma mudança cultural que exige resultado, sem clientelismo. É uma conta que deve ser equilibrada, que inclua desenvolvimento e racionalização do gasto público”, acrescentou.
Economista Paulo Rabello de Castro fala sobre inovação na gestão pública
O economista Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do IBGE e do BNDES, encerrou as palestras desta quinta-feira (31) no evento Governo 5.0. Ele falou sobre eficiência, oportunidade e inovação na administração pública, além de uma projeção do cenário econômico nacional.
Castro ajudou a formular um plano estratégico (2020-2030) para o Governo do Paraná, com metas, projeções e uma visão de longo alcance. O plano identificou potenciais a serem explorados no Estado nos próximos anos em paralelo com a atração de investimentos, geração de emprego e fim das desigualdades sociais.
O economista também citou que o Governo do Estado usou 2019 para se preparar para um salto em diversas áreas, da infraestrutura à educação, com intuito de entregar um Paraná mais conectado e desenvolvido à população. “O Paraná está turbinado, isso é percebido pelo mercado e pelos investidores”, afirmou Castro.
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