17/10/2019 às 08h29min - Atualizada em 17/10/2019 às 08h29min

Saúde vai certificar municípios para a eliminação da sífilis

A Secretaria da Saúde lançou nesta quarta-feira (16) a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical da Sífilis Congênita. Com esta medida inédita, os municípios devem atingir os critérios e os indicadores estabelecidos mundialmente

- AEN
A Secretaria de Estado da Saúde lançou nesta quarta-feira (16) a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical da Sífilis Congênita para os municípios que atingirem os critérios e os indicadores estabelecidos mundialmente.
A transmissão vertical da sífilis congênita acontece durante a gestação, quando a mãe, já infectada em relação sexual, passa a bactéria para o filho.
“Esta proposta é inédita entre Governo do Estado e municípios”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. Segundo ele, o objetivo é incentivar e aprimorar os processos para a eliminação da sífilis congênita que, apesar de ser uma doença milenar, ainda é a segunda principal causa de morte fetal evitável em todo o mundo.
Os critérios devem estar em conformidade com diretrizes do Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Organização Mundial da Saúde, Fundo das Nações Unidas para Infância, Conselho Nacional de Secretários de Saúde, e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
O anúncio da certificação foi feito durante o Seminário de Mobilização para Enfrentamento da Sífilis, promovido pela Secretaria e 2ª Regional de Saúde da Região Metropolitana, em Curitiba, com a participação de profissionais que atuam nas áreas da Vigilância e da Atenção Primária. Representantes das 22 Regionais de Saúde do Estado também participaram do evento por videoconferência.
Para conquistarem a certificação, os municípios deverão comprovar ações de prevenção, qualificação e atenção ao pré-natal, tratamento das gestantes e parcerias sexuais, profilaxia das crianças expostas e promoção da saúde sexual e reprodutiva.
Deverão, principalmente, atingir o patamar indicado como aceitável na taxa de incidência de sífilis em menores de um ano, que é de 0,5 casos para cada 1.000 nascidos vivos, nos três últimos anos de monitoramento, explicou Beto Preto.
DADOS - A taxa de detecção de sífilis em gestante e incidência congênita no Paraná aumentou nos últimos anos: de 2,9 para cada 1.000 nascidos vivos registrados em 2014, passou para 4,1 em 2015; para 4,7 em 2016; 5,6 no ano de 2017; e 5,8 em 2018.
“Estamos trabalhando para a eliminação da transmissão vertical e os municípios estão envolvidos no projeto. Hoje o Paraná apresenta 177 municípios elegíveis para a certificação. São cidades localizadas nas macrorregionais Leste, Oeste, Noroeste e Norte”, diz a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Acácia Nasr.
SÍFILIS CONGÊNITA – Segundo a médica Acácia Nars, muitas são as causas para o aumento dos casos as sífilis congênita. “Destacamos a desinformação acerca do assunto, a automedicação, o descuido no uso de preservativos e a qualidade da atenção à gestante. É preciso que a grávida faça pelo menos seis consultas no pré-natal e um teste para detectar sífilis por trimestre no período gestacional e no parto”, disse.
São complicações da doença: aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e/ou morte ao bebê no nascimento.
 
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