16/10/2019 às 12h31min - Atualizada em 16/10/2019 às 12h31min

Gustavo Henrique é defendido por Autuori e adota tom de despedida no Santos

Lucas Musetti Perazolli
Gazeta Esportiva
Ivan Storti

O zagueiro Gustavo Henrique e o superintendente de futebol Paulo Autuori conversaram com a imprensa na manhã desta quarta-feira, no CT Rei Pelé. O assunto não poderia ser diferente: a negociação pela renovação do contrato no Santos. O vínculo vai até 31 de janeiro de 2020.

Autuori negou a chance de afastar Gustavo e criticou a falta de planejamento do Peixe. O diretor também ameaçou sair se gente do clube continuar vazando informações inverídicas.

 

“Pude constatar hoje que se tocou em termos de imprensa a possibilidade, em função da possível ou não renovação do contrato do Gustavo Henrique, do clube não permitir que ele jogue. Só ia acontecer se eu não estivesse aqui. Comigo aqui, ele vai jogar. E a única pessoa que pode dizer que não joga é o técnico. Enquanto eu estiver aqui, vai jogar. Tem história no clube, já renovou três vezes e se não houver continuidade, foi por erro de planejamento do clube, sem fazer com a antecipação necessária. Não quero saber de onde vem a notícia, se for de dentro é comigo. Se querem afastar e não jogar, que primeiro me afastem. Enquanto quiser colocar para jogar, o técnico vai colocar”, disse Autuori.

“Reconhecimento a um profissional de altíssimo nível, de caráter, e futebol não pode cometer injustiças. Deu a vida pelo clube enquanto esteve aqui e que ainda pode estar. É só especulação, não há nada. Só Gustavo Henrique pode falar. Interferência de dentro do clube terá que primeiro passar por cima de mim. É eu não estar aqui. E isso claramente pode acontecer. Estou acostumado a defender o grupo que eu trabalho. Quem erra tem que ser punido e isso já aconteceu, mas enquanto as coisas estiverem sobre a minha alçada, com compromisso com a verdade, isso não vai faltar”, completou o dirigente.

Na sequência, Gustavo Henrique esclareceu a situação e adotou tom de despedida. Ele lembrou da primeira impressão ruim de Jorge Sampaoli, no início do ano, e ratificou o interesse em atuar na Europa.

“Sobre o contrato, vim para esclarecer algumas coisas. No final do ano passado eu estava querendo renovar e não obtive respostas, comecei o ano na incerteza sobre ficar. Muitos sabem que eu não estava nos planos do Sampaoli, eu coloquei na minha cabeça que tinha condição de jogar aqui e com Sampaoli. Tivemos final de ano ruim, talvez ele deve ter visto nossos vídeos, meus e de outros jogadores fora dos planos. Eu coloquei na minha cabeça que queria ficar, mostrar a mim mesmo que poderia jogar. Trabalhei duro, fizemos Campeonato Paulista bom, fui um dos melhores zagueiros. Esperava a procura pela renovação do contrato, faltavam sete meses e não fui chamado. Esperava o reconhecimento de me chamar antes, fui chamado faltando dois meses para poder assinar um pré-contrato”, afirmou Gustavo.

“Sempre manifestei meu desejo de jogar um dia na Europa e fui procurado por alguns clubes do Brasil, não abri negociação, esperei o Santos tentar melhorar ou algo assim. A partir do momento que fui chamado para receber a proposta de renovação eu estava com a cabeça de que iria sair, porque não havia sido chamado antes. Meu pensamento era a Europa, quem não quer? Foi desde pequeno isso. A gente começou a ficar nessa divisória de ir para a Europa ou renovar. Quando recebi a proposta, pedi para meu empresário viajar para Europa para que algum clube pagasse algum valor, multa é impossível (para não deixar o Santos sem dinheiro). Mas clube da Europa não vai pagar multa sabendo que ia sair em dois meses. Meu desejo de jogar na Europa é real e recebi de outros clubes (do Brasil). Estamos nessa, de esperar um pouco mais, sem ter pressa. Vou escolher o que for melhor para mim e para minha família. Se eu ficar, vou continuar trabalhando. Se sair, vai ser de cabeça tranquila. Sei que sempre dei meu melhor”, emendou o zagueiro.

Por fim, Gustavo negou pedir muito para ficar e lamentou o Santos valorizar mais quem não é formado em casa.

“Vou pensar na minha felicidade e da minha família. Se eu for ganhar milhões e não ser feliz, vou viver dentro de um aquário e não conseguirei sair de lá. Claro que o financeiro é importante, estou com 26 anos, tenho família, mais oito ou 10 anos de carreira e tenho que pensar no financeiro, sim. Não quero extorquir, extorquir não (é a palavra certa). Não quero pedir além, sei o que o Santos pode pagar, é salário bom, mas não se compara com outros mercados que vieram atrás de mim. Vou pensar no melhor para mim. Sempre me dediquei muito a esse clube. Se um dia eu sair, vai ser com cabeça erguida, pela porta da frente. Vou pensar muito. Aqui se valoriza muito quem vem de fora, não valorizam quem realmente se importa com o clube”, concluiu.

O presidente José Carlos Peres e o empresário Fernando César foram procurados pela Gazeta Esportiva, mas não comentaram a situação.

 


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