20/07/2018 às 09h46min - Atualizada em 20/07/2018 às 09h51min

Júri popular absolve policiais acusados de matar suspeitos de assalto no bairro Umbará, em Curitiba.

Advogado dos militares comemorou resultado nas redes sociais: 'Absolvidos!!!'. Julgamento ocorreu na quinta-feira (19), cinco anos depois das três mortes.

G1
O advogado deles, Eduardo Miléo, comemorou a absolvição nas redes sociais.

O júri popular absolveu, na madrugada desta quinta-feira (19), os cinco policiais militares acusados de matar três jovens suspeitos de um assalto em outubro de 2013, no bairro Umbará, em Curitiba.

A informação foi confirmada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) e pelo Tribunal do Júri. O MP informou que não haverá recurso.

José Eleutério da Rocha, Vagner de Oliveira Moro, Clério Carneiro, Silvestre de Oliveira Lopes e Élinson Chitiko foram acusados de triplo homicídio qualificado e fraude processual. O advogado deles, Eduardo Miléo, comemorou a absolvição nas redes sociais.

Antes do júri popular, Miléo disse que não havia dúvidas de que os policiais militares agiram bem. "Atiram para responder ao fogo feito pelos três marginais, que, momentos antes, assaltaram um casal e, armados, resistiram à ação da polícia", disse.

Para o júri popular, foram arroladas 22 testemunhas de defesa. O MP-PR dispensou as testemunhas de acusação. Sete jurados - seis homens e uma mulher - participam do julgamento.

Antes do júri popular, uma das mães pediu Justiça. "Ele era um amor de pessoa. Todo mundo da vila gostava muito dele, sabe?", disse.

"Agora, eu espero Justiça. Que eles paguem o que eles fizeram. É muito ruim ficar sem o meu filho. De manhã, de tarde e de noite a gente lembra dele", acrescentou.

A denúncia

De acordo com a denúncia do MP-PR, no dia 19 de outubro de 2013, por volta das 4h30, três ladrões armados assaltaram uma casa na Rua Waldomira Zortela, no bairro Umbará, de onde roubaram um carro e outros bens.

Na fuga, entretanto, de acordo com a denúncia, o carro roubado bateu na Rua José Chimanski, próximo ao local do roubo. Ali, o veículo foi abandonado. A polícia foi acionada e fez buscas na região.

Foi, então, que eles abordaram os três jovens: de 16, 17 e 25 anos. Para os policiais, eles eram os responsáveis pelo assalto a casa, conforme o Ministério Público.

A denúncia relata que os rapazes foram rendidos, revistados, colocados no interior de um carro policial e levados até um matagal. No local, foram baleados no peito e na cabeça. Ao todo, 16 tiros foram disparados.

O MP-PR também sustenta que os policiais adulteraram a cena do crime, colocando armas de fogo ao lado das três vítimas para simular que houve um confronto.

Ainda conforme o Ministério Público, um dos acusados também inseriu uma informação falsa no Boletim de Ocorrência (B.O), dizendo que os três jovens atiraram contra os policiais.


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