13/06/2018 às 17h49min - Atualizada em 13/06/2018 às 17h49min

Unidades de Conservação são laboratórios para pesquisas

Desde 2014, estações ecológicas e parques estaduais gerenciados pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) serviram como laboratório para 242 pesquisas científicas. São estudos importantes para aperfeiçoar o conhecimento e manejo das áreas.

AEN

As Unidades de Conservação Estaduais são grandes laboratórios para o desenvolvimento de pesquisas. Desde 2014, estações ecológicas e parques estaduais gerenciados pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) serviram como laboratório para realização de 242 pesquisas científicas.

Os estudos nas Unidades de Conservação são de natureza ambiental, econômica e social, importantes para aperfeiçoar o conhecimento e manejo das áreas a curto, médio e longo prazo. Eles ajudam a entender a biodiversidade local e podem auxiliar nas ações que renovam e preservam ecossistemas nas unidades.

“As pesquisas nos orientam e ajudam no desenvolvimento de projetos e técnicas que podem ser usadas dentro das Unidades de Conservação para manutenção da biodiversidade, como, por exemplo, para erradicação de espécies exóticas. Elas também podem nos apresentar um diagnóstico sobre a real situação da fauna e flora desses locais”, explica o diretor de Biodiversidade Áreas Protegidas do IAP, Guilherme Vasconcellos.

Desde 2014 até maio deste ano, foram palco de pesquisas e projetos científicos 36 parques estaduais e cinco estações ecológicas em todas as regiões do Estado. As Unidades de Conservação que mais registraram pesquisas foram o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, com 63 estudos, e o Parque Mata dos Godoy, em Londrina, que recebeu 47 projetos.

EXEMPLO – Entre os diversos estudos que contribuíram para a gestão das unidades de conservação está a pesquisa sobre o manejo com fogo controlado, realizado por professores e alunos da Universidade Federal do Paraná e da Universidade Positivo. A técnica utiliza a aplicação do fogo como ferramenta para a restauração dos ecossistemas de campos.

A ideia do projeto era usar o fogo para auxiliar a sucessão ecológica, promovendo alterações na composição florística e dos nutrientes do solo. O objetivo da técnica é restaurar o ecossistema para que ele se aproxime o máximo possível das condições ambientais naturais da época de criação da Unidade de Conservação, há 60 anos. O Parque de Vila Velha foi um dos primeiros do país a praticar o manejo com fogo controlado de maneira não experimental.

Desde o início de sua aplicação, pesquisas vêm mostrando que a utilização do fogo para controle e erradicação de espécies exóticas invasoras está trazendo resultados positivos à Unidade de Conservação. É possível registrar a presença de exemplares da flora e fauna típicas da vegetação de campos e que não eram mais vistas,

AUTORIZAÇÕES – Para a realização de pesquisas científicas nas Unidades de Conservação Estadual é necessário que estudantes, professores e pesquisadores solicitem as devidas autorizações ao IAP. As normas estão estabelecidas pela Portaria do IAP nº 017/2007. É preciso também enviar um relatório ao instituto com os resultados após a finalização da pesquisa.

“As nossas Unidades de Conservação são ambientes protegidos e controlados. Por isso, são necessárias as autorizações, que possuem validade”, destaca Guilherme.

Utilizar as Unidades de Conservação para pesquisas científicas em sem a devida autorização é crime, conforme estabelecido pela Lei Federal de Crimes Ambientais nº 9605/98. A pena prevista é de detenção de seis meses a um ano, além se multa que pode variar de R$ 500 a R$ 10 mil.

“Fazer pesquisas e projetos em áreas protegidas sem a devida autorização é muito grave. Recentemente, tivemos um caso de uma estudante que realizou pesquisas em um dos nossos parques. Ela foi autuada e pode perder toda a validade do seu trabalho pela universidade em que estuda”, explica Guilherme.


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