17/05/2018 às 09h02min - Atualizada em 17/05/2018 às 09h02min

Vizinhos acreditam em versão de abuso e lincham professor até a morte

Banda B
Divulgação
Um professor de capoeira foi linchado pela população até a morte na noite desta quarta-feira (16), no bairro Ganchinho, em Curitiba. Manoel Lourenço Gonçalves, de 47 anos, foi pego na rua após vizinhos acreditarem em uma versão de abuso sexual. Segundo os agressores, o professor era suspeito por mostrar as partes íntimas a crianças e mulheres. A família contesta essa versão e acredita na inocência do homem morto.
O crime aconteceu por volta das 23 horas, em um local próximo a um terreno baldio. Gonçalves estava na rua Del. Ozias Algauer quando, próximo a esquina com a Antonio José Bonato, vizinhos da região iniciaram as agressões. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu. Os linchadores jogaram o corpo do homem em um terreno baldio, às margens da rua.
Não há informações concretas sobre a quantidade de pessoas que participaram do linchamento. No local, pessoas relataram à Banda B que o homem teria baixado as calças para uma criança de 10 anos, horas antes do crime. Ainda, segundo a população, o mesmo costume era feito pela manhã, às mulheres que saiam para trabalhar.
Para a Banda B, a família do suspeito nega a versão e diz que a criança terá que provar o que viu. “Além de contestar isso, a gente quer que ela prove, a gente vai para frente. Tem exames, tem terapeutas, essa criança tem que falar, mas isso não é verdade. É um ser humano que foi agredido até a morte, pessoas que dizem que chutaram o pescoço, a cabeça, uma coisa desumana. Primeiro que não é verdade, e se fosse verdade, temos uma justiça, tivessem chamado a polícia, então”, disse, sem se identificar.
Familiares disseram que, com ajuda da polícia, vão provar a inocência de Gonçalves. “A mãe dessa menina está em desesperada, chorando. Agora é tarde, queria perguntar para esses assassinos o que eles vão fazer quando a verdade vier? Aí é tarde, eles mataram um inocente”, finalizou à Banda B.
O suspeito não tinha antecedentes criminais e nenhum Boletim de Ocorrência (B.O) de abuso registrado. Nas redes sociais, diversas pessoas, entre amigos e familiares, estão chocados com o crime. “Não acredito que fizeram isso contigo, tanta crueldade, que Deus nos conforte porque não está sendo fácil, descansa em paz”, diz um dos perfis, com a foto do Gonçalves.
O caso já está sendo investigado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 

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