07/03/2018 às 10h24min - Atualizada em 07/03/2018 às 10h24min

O que aprendi após três (ou mais) casamentos

estilo.uol.com.br - Depoimentos concedidos a Letícia Rós
Terminar um casamento, ainda que o amor tenha acabado, exige coragem. Para partir para uma segunda, terceira... união, é preciso ainda mais desse sentimento.
 
A seguir, três mulheres contam o que aprenderam casando mais de uma vez.
 
A disposição para ficar junto é o que conta
“Não acredito mais em ‘pessoa certa’. A gente pode se dar bem agora com quem, antes, não nos faria bem. Tive três maridos. Com o primeiro, foram dez anos. Com o segundo, três. E com o terceiro, dois anos. No primeiro relacionamento, o desgaste levou ao término. A convivência se tornou um fardo. O segundo foi uma paixão arrebatadora. Fomos morar juntos com um mês de namoro. O erro aqui foi nos conhecermos --aspectos positivos e negativos-- dividindo a mesma cama. Foi um aprendizado intenso: tive de me desvencilhar de um relacionamento abusivo, aceitar a perda de alguns amigos --que eram em comum-- e lidar com a retomada da minha vida, no pós-termino. Mas acredito que temos de seguir o baile, o mundo é cheio de possibilidades e eu estou aqui para experimentá-las. Meu terceiro marido foi o cara que me fez voltar a acreditar no amor. Era um amigo sensacional e terminamos porque ele estava infeliz. Eu o amava a ponto de querer que fosse feliz, mesmo longe de mim. Hoje, acredito em personalidades que combinam e na disposição de ambos para um objetivo em comum: estar junto. Nunca sofri preconceito por ter casado várias vezes, mas preconceito por estar solteira, aos 34 anos, sim.”
Flávia Turnis Rodrigues, 34, naturóloga e massoterapeuta
 
O amor não aceita tudo
“Quando tinha 16 anos, conheci um rapaz de 19. Namoramos por três anos e meio, e ele veio morar comigo. Foram seis meses até nos separarmos por pensarmos diferente. Casei de novo aos 20, ficamos juntos por cinco anos e tivemos dois filhos. Nosso casamento começou a esfriar quando o primeiro filho nasceu –tínhamos mais responsabilidades e mais contas para pagar. Comecei a fingir que não percebia, por causa das crianças, mas vi que não dava certo. Com meu terceiro marido fiquei sete anos. Na época, minha mãe parou de andar e precisava muito de mim. Passei a não ter tempo para o casamento. A relação acabou, mas amadureci. Entendi que se um não apoiar o outro em tudo, não vai para frente. Já o quarto casamento começou há três anos. Ele é nove anos mais jovem e temos um filho pequeno. Com ele aprendi que podemos encontrar o amor quando menos esperamos. Por ser mais novo do que eu, achei que seria só namorico. Até que ele se mostrou responsável e maduro nas decisões que tomava. Meu aprendizado após tantos relacionamentos: não acho que devemos ter medo de amar e ser amada, mas também não devemos aceitar tudo por temermos ficar sozinhas.”
Ana Papini, 35, doméstica
 
Dúvida sobre a relação? Pese os pontos positivos e negativos
“Antes de amar o outro, temos de nos amar e valorizar o que nós construímos –seja no trabalho, na vida amorosa ou na família. Eu me casei três vezes. O primeiro durou quatro anos. Fiquei viúva aos 22 anos, já sendo mãe. O segundo durou seis meses entre namoro, noivado, casamento e separação. Ele era um amigo de infância. Em menos de dois meses, ele me pediu em casamento. Aceitei e engravidei do meu segundo filho, mas nos separamos em três meses. O meu erro foi tomar decisões por achar que seria bom dar uma família para os meus filhos, e nós já éramos uma família. Com o terceiro marido estou há 11 anos. Éramos ex-namorados de adolescência. Fui eu quem o pedi em casamento, e organizei a festa em três meses. Hoje, sou mais paciente com os problemas diários. Se aparecer uma dúvida sobre a relação, tem de colocar na balança os pontos positivos e negativos. Se os positivos pesarem mais, vamos conversar e mudar o que tiver de mudar. Se os pontos negativos pesarem mais, é hora de cair fora e ser feliz.”
Ladyslei Dias, 43, organizadora de eventos

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